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Conhecidos os resultados do Grammy Latino 2008, vemos que não teve muito espaço para brasileiros. Falta de talentos por aqui? Não, com certeza. Ao buscar uma resposta, a hipótese na qual penso é a do jogo comercial com apadrinhamentos infelizes, que apóia ou promove os artistas errados, dificultando a vida dos artistas certos, que realmente teriam chances de brilhar...
Na nossa Rádio Pessoal hospedada no Kboing (coluna à esquerda desta página), mais um canal, que criei nesta semana: “saudade não tem idade”. Músicas para fazer gente de todas as idades voltar no tempo e reviver momentos especiais. Está só no começo. Vai ficar maior e melhor...
Por falar em rádio, acho que era começo dos anos 70, não tenho certeza. Num programa que eu apresentava, rodei com exclusividade, em primeira mão, a música Pata Pata, lançamento mundial de Miriam Makeba. Exatamente essa canção viria a ser seu maior sucesso, ao longo de mais de 40 anos de carreira. Agora, ela partiu (dia 10), depois de participar de um concerto na Itália, em favor do escritor Roberto Saviano, ameaçado pela Máfia. A intérprete sul-africana tinha 76 anos e era conhecida como Mama África. Miriam foi um símbolo da luta contra o apartheid e, por esse motivo, viveu 31 anos fora de seu país, sob exílio. Convencida por Nelson Mandela, voltou a viver na África do Sul em 1990.
Você, que gosta de literatura, saberia dizer quem foi Padre Vasco Reis? Tudo bem. Nem você nem 99,9% das pessoas o saberiam. Mas Fernando Pessoa você sabe quem foi, não é? Só que, no concurso literário em que se inscreveu, Pessoa foi o segundo colocado, enquanto esse tal Padre faturou o primeiro lugar. É mole? Há quem pergunte se foi o Padre abençoado pela “sensibilidade estética” do pessoal da ditadura de Salazar. Sei lá... Estou tocando no assunto porque, no próximo dia 30, terão transcorridos 73 anos da morte de Fernando Pessoa. Prefiro antecipar a citação, já que é agora que estou relendo umas quadras e a ótima apresentação de Jane Tutikian sobre o autor.
Nesta semana, em Paris, foi realizado o concurso para a escolha dos mais belos bumbuns do mundo. “E daí?”, perguntará a leitora (ou leitor). Daí que a vencedora foi uma brasileira, aliás, com muita justiça. “Tá, mas o que tem a ver esse assunto com os temas do blog?”, insistirão alguns. Bem, direi eu, não tem a ver com este blog, mas tem a ver com todos os espaços regidos por algum senso estético e pela consciência dos atributos brasileiros, sobretudo pela noção das preferências nacionais. Bem, que nos perdoem os discordantes, mas gostar de literatura não implica desprezar outros gostos... Então, o nome da vencedora é Melanie Fronckowiak, uma gaúcha de 20 anos, que não mostrarei aqui, mas que está lá e acolá.
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