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09 fevereiro 2006

PACTO PARA UM CASAMENTO FELIZ

Hoje, tirei da gaveta o rascunho de um texto iniciado há várias semanas com a intenção de publicá-lo na seção de humor de Usina de Letras ( http://usinadeletras.com.br ). Concluí o texto, publiquei sob o pseudônimo de sempre e estou deixando aqui o registro, com a primeira parte da historinha (abaixo). No final, fica o link para quem quiser ler o texto integral. Aceito comentários e críticas, mas dispenso pedradas e vassouradas...

PACTO PARA UM CASAMENTO FELIZ

Carlão abre a cerveja, bebe um gole lentamente, deixa o olhar se perder no infinito enquanto lambe o bigode e pergunta: “Cara, você sabe que meu casamento está falido. Do jeito que está não sobrevive até o Natal... Você vai me ajudar ou não?“

Tenho de beber um copo antes de responder... Enquanto eu bebo, ele segue falando: “Imagine uma separação agoral! Isso vai estragar o Natal da família toda...”

“Você está preocupado com o Natal ou com o casamento?”, questiono.

Baixa os olhos e silencia...

“Tudo bem, amigo. Posso fazer o que você pediu, mas com uma condição”, explico.

“Qual condição?”

“Você vai jurar que nunca revelará quem redigiu esse contrato. Posso redigir pra tentar salvar seu casamento, mas não comungo nas bases de relacionamento definidas aí”.

Subitamente ele põe o copo na mesa e me estende a mão: “Fechado! Juro por tudo que é santo. A que horas pego a minuta?”

Trata-se de um favor que Carlão me pediu há tempos. Fácil para fazer, mas difícil para justificar. Ou seja, ele queria que eu elaborasse um documento, uma espécie de pacto por escrito, com cláusulas estranhíssimas, que acreditava serem capazes de pôr ordem em sua vida conjugal e trazer paz para o casal.

Foi quando anotou algumas idéias e deixou comigo. Uma parte dessas idéias dizia respeito àquilo que iria pôr fim ao seu inferno. A outra continha o que ele dizia ser a solução para velhas e estridentes queixas da mulher.

Eu conhecia a história e talvez pudesse entender. Carlão e Paula já se esforçaram bastante para encontrar um jeito de viverem felizes. Fizeram nova lua-de-mel na Europa, passeio em Cancún, trocaram os móveis, pintaram as paredes, separaram de casa, adotaram um cão e compraram um barco. Nada.

Então, trocaram presentes caríssimos, fizeram plástica, dieta e deram festas e jantares para muitos amigos. Tudo na mesma.


Mas não foi só. Também buscaram alternativas sensatas. Diálogo franco, terapia individual e de casal, conselheiros, padre, kamasutra, biodança... Depois de tudo, nada!

Então, quem desconhecesse essa história acharia a idéia do contrato uma aberração, heresia ou coisas ainda piores ... Por isso, exigi dele a promessa de manter segredo sobre a autoria dessa minuta.

Covardia de minha parte? Se eu fosse advogado, seria, no mínimo, falta de ética. Mas não sou, nem cobrei para preparar o contrato. Propus-me a fazê-lo na condição de amigo. Como um amigo que se dispõe a fazer algo com o que não concorda, em nome de uma boa ação...

Duas curiosidades. Quando comecei a rabiscar essa minuta, a intenção era séria, mas parecia brincadeira. Quando terminei, era uma brincadeira, mas ficou parecendo coisa séria...

A segunda curiosidade: Paula vai assinar?

Sejamos otimistas. Eis aqui a solução para a falência matrimonial do Carlão:

Continua (clique aqui).
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