Ele inspira os poetas, afina os cantores e acorda os sonolentos. Gonçalves Dias o homenageou ao escrever "minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá - a ave que aqui gorjeia não gorjeia como lá".
Para quem não conhece, pode ser difícil acreditar. Mas na quadra onde moro tem muito sabiá. Como meu quintal tem uma mangueira e um jatobá nativo, freqüentemente sou presenteado com a visita de um alegre sabiá. Não é sítio nem chárcara. É no Plano Piloto, final da Asa Norte (uma das asas do "avião" imitado no desenho da região central de Brasília). Nestas quadras há abundância de árvores frutíferas, o que talvez explique a assídua presença dos "majestosos" sabiás.
Creio que os freqüentadores daqui sejam da variedade laranjeira, pelo menos é o que dizem. O laranjeira é o mais conhecido em Minas e Goiás. É conhecido também como sabiá peito-roxo, sabiá vermelha, sabiá amarelo, sabiá gongá, etc, mas seu nome científico é Turdus rufiventris.
Na primavera, o sabiá daqui é tão pontual quanto o despertador. Ao primeiro raio do sol, lá do alto de alguma árvore, ele respira fundo, abre os pulmões e dispara sua música, anunciando o amanhecer com um canto bonito e potente.
Bichinho arisco, selvagem, quase indomável, valente e talentoso. Uma sinfonia da natureza. Existem muitos "dialetos", cada região possui o seu canto próprio. Quase todos são maravilhosos. Os mais apreciados são: o "cai-cai-balão", o camboriú, o "to-to-ito" e o "piedade". Este último é o mais solicitado de todos, oriundo de Minas Gerais, na região de Carmo do Paranaíba, Patrocínio e Patos de Minas. Nesse canto, o sabiá diz claramente: "piedade-sinhô/piedade/tendó-de-nós/piedade/sinhô..... "
Uma das coisas que eu não sabia é que um sabiá (sem trocadilhos) pode viver até 30 anos !!! Foi o que li no site Saúde Animal. Para saber tudo sobre o sabiá laranjeira, inclusive ouvir seu canto, clique no título acima. Ou venha aqui em casa na primavera, ao amanhecer ou entardecer ...
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário