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25 julho 2005

Hubble: uma revolução na observação do universo

Gente, a mídia por aqui está falando de coisas tão desagradáveis, que dá vontade de desligar tudo e sair de órbita. Por isso, acho boa idéia falar um pouquinho do universo "lá fora".

Vejam só. Parece que foi ontem que lemos ou ouvimos pela primeira vez algumas notícias sobre o Hubble. Pois é, ele já está em operação há 15 anos e, ao que tudo indica, tem pouco tempo de sobrevida.

As imagens que o telescópio espacial Hubble captou desde que foi lançado permitiram, entre outros feitos, determinar a idade do universo, registrar as mais longínquas e antigas galáxias já observadas e entender melhor o nascimento e morte de estrelas e planetas, a evolução das galáxias, os buracos negros e a misteriosa energia escura, um dos maiores enigmas da ciência do século 21.

O Hubble tornou-se realidade a partir da ação conjunta das agências espaciais norte-americana (Nasa) e européia (ESA), com um orçamento inicial de US$ 1,5 bilhão. Ele começou a funcionar em 25 de abril de 1990 e já gerou mais de 700 mil imagens de planetas, estrelas, galáxias, nuvens de gás, berçários estelares e outras estruturas.

Seu maior diferencial em relação a outros telescópios se encontra em sua posição privilegiada na órbita da Terra, que permite obter imagens muito mais nítidas. O Hubble fica a 569 km de altitude, acima da atmosfera que distorce a luz dos astros e compromete sua observação. Ele se move a 28 mil km/h (leva apenas 97 minutos para completar uma volta em torno de nosso planeta).

A idéia de um telescópio situado no espaço não é nova: ela foi proposta pela primeira vez pelo astrônomo Lyman Spitzer (1914-1997) em 1946.


O nome do instrumento é uma homenagem ao americano Edwin Powell Hubble (1889-1953), que, em 1929, constatou que as galáxias estavam se distanciando da Terra e que o universo está em expansão, o que permitiu a formulação da teoria do Big Bang - a grande explosão que teria dado início ao universo há 13,7 bilhões de anos.

Hoje, o Hubble tem um futuro incerto. Para continuar operando, ele precisa de reparos que, até segunda ordem, ficaram fora dos planos na Nasa após o acidente com o ônibus espacial Columbia, em 2002. Caso esses consertos não sejam feitos, o telescópio tem fôlego ainda para mais três anos de operação -- em seguida, será trazido de volta à Terra. Mas sua aposentadoria não representará o fim das observações do universo feitas a partir do espaço. Permanecerão em órbita outros telescópios que captam ondas emitidas em infra-vermelho (Spitzer) e raios-X (Chandra). E o Hubble já tem seu sucessor: será o telescópio James Webb, previsto para ir ao espaço em agosto de 2011.

(Fonte: Ciência Hoje On-line - 28/04/05 - Instituto Ciência Hoje)

OOOOOO

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