CAMPANHA DO DESARMAMENTO:

ENTREGUE SUA ARMA,
OS BANDIDOS AGRADECEM

Passando pela esplanada dos ministérios, vi uma faixa com uma frase assim ("Entregue sua arma, os vagabundos agradecem. Chega de demagogia").

Obviamente, um protesto contra a campanha do desarmamento, agora que estamos "em cima" do cronograma do referendo popular (prebiscito para decidir a proibição da venda de armas no país).

Não sou a favor da posse de arma em qualquer cintura, em qualquer residência, em qualquer automóvel... Possuir e/ou portar um arma requer equilíbrio emocional, habilidade e reciclagem periódica. Poucas pessoas estariam aptas a isso. Logo, população armada significa risco de ocorrências trágicas.

Mas, por outro lado, também não sou favorável a uma campanha construída sobre um sofisma idiota, um sensacionalismo bobo, uma crença burra que ilude a opinião pública com a falsa idéia de que desarmar o cidadão é combater a violência.

Por quê?

1) no Brasil, a verdadeira violência urbana está nas ações das quadrilhas, do crime organizado, do narcotráfico, do crime gerenciado à distância, tudo isso aliado a certas leis que estimulam à criminalidade. Aí está o cerne do problema, e não nas garruchas enferrujadas nem nos velhos revólveres esquecidos pelo vovô no fundo de um baú (é claro que estes também representam riscos, mas são ridículos se comparados aos fuzis, metralhadoras e granadas em poder dos bandidos);

2) absurdo inaceitável é desarmar o cidadão antes de desarmar os bandidos;

3) desarmar a população sob pretexto de combater a violência é iniciativa de governo fraco, covarde. É como o policial medroso e despreparado que, na iminência de um assalto, procura deter a vítima antes de desarmar o agressor;

4) os acidentes e agressões com armas de fogo entre cidadãos honestos não são a causa da violência. Burrice tomar o efeito como causa. As causas da violência são outras. O desarmamento não as eliminará. Por isso, mesmo sem arma de fogo à mão, as pessoas expostas aos impulsos violentos continuarão ferindo e matando. Farão isso com facas, estiletes, machados, foices, bombas ou moto-serras (querem coisa pior que a moto-serra, como aquela que um deputado do Norte acionava com requintes contra os inimigos?), enfim, utilizarão qualquer outra coisa que sirva para ferir ou matar;

5) vagabundos, ladrões, estupradores, traficantes e bandidos em geral agradecem pelo desarmamento da população. É mais uma grande iniciativa na linha das campanhas que se limitam a pregar o conformismo e a passividade: "Quando o bandido chegar, faça tudo o que ele exigir. Amém."